Como são as fobias a relacionamentos?
Não é só nervosismo ou uma sensação de ter borboletas no estômago. Há pessoas que simplesmente têm horror ao compromisso e a relacionamentos. Saiba mais sobre esse tipo de fobia a seguir.
Amor: uma palavra de apenas 5 letras, que costuma ser objeto de desejo de quase todos. Mas atenção: há fobias que interferem na vida afetiva, desencadeando crises de ansiedade quando a pessoa precisa lidar com o envolvimento afetivo.
Quer saber mais sobre o assunto e conhecer quais são as manifestações mais recorrentes? Veja a seguir três delas, comentadas pela psicóloga Maitê Hammoud. Entenda como agir caso se identifique com alguma e queira buscar tratamento.
1) Gamofobia: medo de se casar
Aqueles que desejam continuar solteiros podem até se arriscar a se intitular como gamofóbicos, mas o assunto aqui é sério. Gamofobia é a fobia específica que leva ao medo intenso de se casar.
O termo se origina das palavras gregas “gamos”, que significa casamento, e “phobos”, que indica medo e aversão. Quem sofre desta fobia sente muito além de um frio na barriga com a ideia de se casar e dar o próximo passo no relacionamento. Pessoas que têm gamofobia conseguem e até desejam viver um relacionamento sólido, compartilhando a vida e dividindo um lar com o seu parceiro, porém, a simples ideia de se casar desperta intenso terror, que vem seguido pelos sintomas de uma crise de ansiedade.
2) Filofobia: medo de se apaixonar
Quem sofre de filofobia (do grego, filo = amor e phobos = medo), tende a responder de maneira fóbica, se esquivando da possibilidade de aprofundar relações ou vínculos afetivos. Mesmo que exista interesse em aprofundar a relação com a pessoa que lhe despertou emoções, o medo é sentido como algo dominador, resultando no impulso de fuga e mal-estar.
Frequentemente, filofóbicos tendem a cultivar amores impossíveis, garantindo, assim, uma zona de conforto, já que não será preciso aprofundar a convivência em casos assim. O medo intenso também favorece a autossabotagem da relação. Se existe a sensação de estar se apaixonando ou se vinculando afetivamente a alguém, a pessoa provoca brigas ou assume comportamentos que motivam o desinteresse do parceiro, com o objetivo (consciente ou inconsciente) de que se afaste.
3) Malaxofobia: medo de amar temendo jogos amorosos ou sedução
Quem sofre desta fobia, tem um medo persistente, anormal e injustificado de estar envolvido em jogos amorosos. A pessoa simplesmente não suporta os gestos relacionados à sedução, e evita as carícias, as massagens, os beijos, as preliminares, etc.
Pensar em estar e se envolver com alguém já desencadeia crises intensas de ansiedade naquele que sofre de malaxofobia (do grego, malakós = suave, brando e phobos = medo, aversão).
Sintomas das fobias de relacionamentos
Os sintomas físicos das fobias mencionadas costumam ser similares aos enfrentados nos transtornos de ansiedade. Os principais são:
- taquicardia
- sudorese
- tremores
- náuseas
- falta de ar, entre outros.
No que se refere aos sintomas psíquicos, podemos destacar:
- Esquiva de conversas ou estímulos como filmes ou reportagens que possam levar ao tema casamentos ou relacionamentos.
- Dificuldades para se expressar sobre o tema.
- Pensamentos intrusivos e persistentes sobre seu temor, que consomem grande parte do tempo e energia da pessoa.
- Sensação de perder o controle.
- Temores relacionados à falta de autonomia e submissão.
Não existem estatísticas contundentes sobre a incidência dessas fobias na população mundial. O fato de muitas pessoas sequer identificarem que são vítimas de fobias, e que tal problema é algo tratável, não um traço da personalidade, contribui para o pouco conhecimento que se tem sobre a prevalência do transtorno.
Além dos prejuízos físicos e emocionais decorrentes dos quadros de ansiedade, as fobias sobre relacionamentos afetivos implica em prejuízos afetivos e costumar levar ao isolamento social.
Tratamento das fobias de relacionamentos
Pelo fato de a fobia ser um dos transtornos de ansiedade, o tratamento indicado é multidisciplinar, com acompanhamento psiquiátrico e psicológico. O suporte medicamentoso auxilia na diminuição dos sintomas físicos, enquanto a psicoterapia auxilia na compreensão da natureza do medo, contribuindo para o fortalecimento emocional e segurança no envolvimento afetivo.
O desenvolvimento desse tipo de fobia costuma estar vinculado a relações anteriores ou fatos marcantes, que fizeram a pessoa associar o relacionamento afetivo a algo negativo. Tais lembranças podem ser de conhecimento ou não daquele que as possui, sendo indispensável a reflexão sobre o tema, com o acompanhamento profissional. Só assim será possível identificar e superar o que causa o mal-estar.