Quais são os tipos de depressão?
Você seria capaz de descrever uma pessoa com depressão? Se você pensou em alguém que não tem vontade de fazer nada e não quer viver, veja a seguir por que está enganado.
A maioria das pessoas associam a depressão com a ideia de alguém que passa dias na cama, sem ânimo nenhum para levantar e realizar as tarefas do cotidiano e com ideais suicidas. Mas será que apenas tais aspectos caracterizam a depressão? A psicóloga Maitê Hammoud ajuda a esclarecer essa dúvida.
Existem vários tipos de depressão, podendo variar o grau, intensidade e duração. É de extrema importância conhecê-los para a identificação dos sintomas, possibilitando a busca do tratamento e prevenindo a evolução do quadro.
Na depressão sempre vão existir a combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. A causa pode decorrer de fatores internos ou externos, mas independente do que motivou a origem da doença, um sempre influenciará o outro.
Os fatores internos normalmente estão associados a mudanças hormonais ou de neurotransmissores, e os externos podem ser os mais diversos, normalmente estando vinculados a perdas (falecimento de um ente querido, término de relacionamento, perda de emprego ou de status social), ou então a uma rotina muito estressante.
Sintomas da depressão
Os sintomas mais prevalentes na doença, que devem ser percebidos como sinais de alerta, são:
- afetivos: choro, melancolia, sentimentos de vazio, tédio, irritabilidade, baixa autoestima, isolamento;
- cognitivos: dificuldades de atenção, concentração e memória, pessimismo, falta de flexibilidade, arrependimento e culpa, ideais suicidas, pensamentos de morte;
- motores: mutismo, diminuição no tom de voz, andar em círculos;
- somáticos: alterações no padrões de sono (insônia ou sono em excesso), alteração nos padrões alimentares (perda ou ganho de apetite, estando associado a perda ou ganho de peso), irritabilidade, diminuição na libido, vulnerabilidade a doenças.
Tipos de depressão
Como foi mencionado anteriormente, há vários tipos de depressão, cada um com características específicas:
- distimia: sensações de cansaço que oscila entre leve e forte, a pessoa encara tudo como sacrifício e problema. A pessoa é desesperançosa e pessimista, e possui a libido reduzida;
- depressão atípica: apresenta sintomas contrários aos mais comum da depressão. Os pacientes têm maior necessidade de dormir, comer ou ter contato íntimo;
- depressão disfórica pré-menstrual: predomina a irritabilidade, mudanças no apetite e no humor, sintomas que podem ser amenizados com vitaminas, diuréticos e exercícios físicos;
- depressão pós-parto: a duração varia de seis meses a um ano, e implica em prejuízos significativos na amamentação e formação de vínculo com o bebê;
- depressão psicótica: está associada à psicose e aos sintomas característicos dessa estrutura, podendo ocorrer alucinações com conteúdo depressivo, culpa e delírios de ruína;
- depressão maior: é a mais conhecida, sendo caracterizada por sua longa duração (20 semanas ou mais) e sendo caracterizada, principalmente, por intenso sentimento de apatia e ausência de sono e apetite;
- depressão secundária: advém de outra doença, como consequência ou durante o processo de adoecimento;
- depressão agitada: inquietação com humor depressivo. Frequentemente causa insônia;
- depressão sazonal: decorrente da ausência de luz solar. Por isso, é prevalente na Europa.
Tratamento da depressão
Para o tratamento de qualquer tipo de depressão, é fundamental tanto acompanhamento psiquiátrico como psicológico. O suporte medicamentoso será indispensável para regular os aspectos orgânicos, favorecendo diretamente a melhora e diminuição dos sintomas biológicos (sono, apetite, disposição, etc.). Já o acompanhamento psicológico possibilitará o fortalecimento emocional, novas perspectivas e alívio das dores emocionais.