Natal em família: como evitar conflitos?

Celebrar o Natal, para a maioria, é sinônimo de alegria, mas pode ser um verdadeiro martírio para outros. O período aumenta a sensibilidade, mas também evidencia as relações complicadas.

Se por um lado existe muita expectativa de alegria e harmonia durante a celebração do Natal, por outro a proximidade com os familiares pode gerar muitos conflitos emocionalmente desgastantes. A psicóloga Maitê Hammound explica como agir em situações assim.

O período que antecede a festa pode ser muito estressante, seja na escolha dos presentes, preparação do cardápio ou decoração da casa. Simples decisões como ”onde iremos passar o Natal” podem se transformar em uma verdadeira ”lavagem de roupa suja”. Isso porque a família é um complexo sistema de múltiplas diferenças, personalidades, necessidades e percepções, que podem gerar conflitos, formando-se alianças ou lutas por atenção e poder.

Como evitar conflitos?

Para ajudar a passar por esse momento com um certo equilíbrio, aqui estão algumas dicas, pensadas principalmente para tentar otimizar conflitos pessoais e familiares:

  • Tente escutar críticas, sugestões e comentários de maneira empática, em vez de entrar na espiral de discussão e contra-argumentação;
  • Tente refletir antes de responder de maneira impulsiva. Se necessário, respire fundo ou ”saia de cena” por alguns minutos;
  • Evite conflitos esclarecendo-os e favorecendo sua resolução: a comunicação é a base para sintonia e compreensão de qualquer relação;
  • Expresse seus pensamentos e emoções. O acúmulo dos mesmos pode desencadear tensão e motivar mágoas, angústias e estresse, o que dificulta o diálogo sobre o que está acontecendo.
Natal em família: como evitar conflitos?

Descubra como encontrar facilitadores

As dicas mencionadas anteriormente podem ser muito difíceis de seguir, principalmente numa época do ano com a que passamos, na que a mobilização de tantas emoções e a exigência que temos com nós mesmos para estar à altura das expectativas de pessoas tão importantes como nossos familiares, são tão evidentes.

Ficamos vulneráveis com a ideia da rejeição ou reprovação, seja por questões de nossa aparência, desempenho na vida profissional, situação de nossa vida afetiva e até decisões que tomamos ao longo do ano.

Neste sentido, a psicoterapia clínica pode ser extremamente favorável. O processo do autoconhecimento e fortalecimento emocional promove bem-estar com seu verdadeiro eu, contribuindo na construção de sua autoestima, favorecendo não só na tolerância com as diferenças e regulação das emoções, como também possibilitando a aceitação das suas limitações emocionais. O resultado é um panamora em que suas expectativas estao mais próximas da realidade do que ligadas aos altos níveis de exigências ou perfeccionismo.

Outro recurso possível é psicoterapia de família, na que o psicólogo será um facilitador e mediador da comunicação e resolução de conflitos, promovendo inúmeros benefícios na convivência e harmonia do grupo.

Lembre-se: não existem famílias perfeitas. É preciso respeitar as diferenças e limitações de cada um para o sucesso da convivência. Tente sempre através do diálogo e expressão das emoções enriquecer a relação, fortalecendo o vínculo, que pode ser um grande alicerce de apoio mútuo na vida de cada um.

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Maitê Hammoud
maitehammoud@hotmail.com