Como lidar com a dor crônica?
Dores crônicas, como o próprio nome sugere, são dores persistentes. Sejam causadas por fatores físicos ou emocionais, o tratamento faz-se urgente. Entenda por que neste artigo.
Comecemos pelo início, o conceito! Entende-se por dor crônica aquelas dores persistentes, cuja duração é superior a 6 meses e não apresentam alívio considerável, mesmo após adesão de tratamentos ambulatoriais ou intervenções cirúrgicas.
Pacientes que têm esse problema costumam relatar sensações que atingem o corpo de maneira generalizada. São dores agudas na forma de:
- agulhadas
- esmagamento
- chutes, etc.
Sempre há a sensação de estar sendo refém de algo que não se consegue controlar. É frequente que pessoas que sofram de dor crônica se sintam frustradas até conhecer que existe um nome e uma descrição para o que sentem.
A dor sentida é verdadeiramente intensa e o sentimento de solidão torna-se ainda mais presente quando a busca por diferentes especialidades médicas não serve para colocar um ponto final no mal-estar, mesmo após a investigação e realização de exames laboratoriais e de imagem, que acabam por não detectar alterações relevantes.
A falta de informação também ataca os profissionais da saúde, que em muitos casos fazem um informe positivo sobre o bom funcionamento do corpo, sem encaminhar o paciente a tratamentos que permitam o alívio da dor, como pode ser o apoio psicológico. Tal postura reforça a sensação de desamparo, como se anulassem a presença da dor.
Efeitos incontestáveis
Embora as causas da dor crônica possam ser invisíveis, os prejuízos causados por ela são totalmente reais, tanto para quem a possui como para aqueles que fazem parte da sua vida cotidiana.
Pacientes que sofrem de fibromialgia e doenças autoimunes reumáticas, como artrite e artrose, costumam enfrentar as mesmas dificuldades, por sofrerem de doenças que motivam muita dor e que, aos olhos de terceiros, são praticamente invisíveis.
É importante entender que a empatia com a dor do outro é dificultada, se não há feridas visíveis.
Além disso, a falta de informação leva a julgamentos e comentários inapropriados, que contribuem para o aumento da dor de quem os escuta.
Recursos para lidar com a dor crônica
1) Psicoterapia
Seria ilógico propor a psicoterapia como um processo capaz de curar a dor crônica, porém, o acolhimento, o alívio da sobrecarga emocional e o fortalecimento da autoestima poderão contribuir consideravelmente para o alívio da dor.
Além disso, oferece segurança contra julgamentos e promove hábitos saudáveis, que contribuirão para a qualidade de vida e melhoria da saúde (física e psíquica).
2) Acompanhamento clínico e ambulatorial
A função da dor é comunicar que algo em nosso corpo não está funcionando bem. Nesse sentido, embora exames laboratoriais e de imagem não demonstrem alterações, é fundamental que o acompanhamento médico seja contínuo, conforme o parecer do profissional. Não desista de encontrar um profissional que lhe inspire confiança.
3) Tratamento precoce
A maioria das pessoas acompanha o aumento gradativo da dor, que vai se tornando insustentável, até buscar apoio médico. É importante ressaltar que o prognóstico tende a ser o melhor quando o tratamento é iniciado nas primeiras manifestações de sintomas. O tratamento precoce reduz bruscamente os prejuízos que a dor crônica causa, sejam físicos, psíquicos, sociais ou profissionais.
4) Qualidade de vida
Diante de uma dor esmagadora como a dor crônica, as pessoas tendem a buscar soluções imediatistas. Mas é importante entender que a rotina que adotamos também tem um impacto nos resultados do tratamento. Cultive bons hábitos de sono, alimentação, faça atividades físicas e permita-se descansar.
Com tantas obrigações, o lazer costuma ser deixado de lado, mas a prática de atividades prazerosas, como idas ao cinema, ao teatro ou passeios em parques, recomendação obrigatória para todos, evita colapsos e desgastes físicos e mentais.
Considerações sobre dores crônicas e psicossomática
Vale sempre lembrar que, pelo conceito de psicossomática, mesmo os sintomas sendo decorrentes de questões emocionais, eles não deixam de ser físicos; ou seja, é vital que sejam tratados. A causa psicológica não muda o diagnóstico e atenção médica que demanda.
Quando dores crônicas possuem causas emocionais, essas costumam estar vinculadas a fatos traumáticos que não foram elaborados ou que não receberam suporte adequado quando ocorridos. Normalmente costumam estar relacionadas a abuso sexual, acidentes, luto, aborto e conflitos sobre a orientação sexual.
A busca por apoio médico e psicológico é urgente, principalmente se pensarmos que a maioria desses pacientes tem o costume de recorrer aos analgésicos, antes mesmo de procurar um especialista. O uso abusivo e recorrente desses medicamentos pode oferecer inúmeros riscos à saúde, sendo totalmente desaconselhável sem orientação médica.